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Nas escolas públicas e particulares, nem todos os alunos concluintes do Ensino Médio optam por fazer a prova


Apesar de ser a principal forma de ingresso nas universidades públicas do país, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)  não é a opção de todos os estudantes que estão concluindo o Ensino Médio. Tanto na rede pública de ensino quanto nas escolas particulares, diversos fatores motivam os alunos a escolherem trilhar outros caminhos.


Rumo à graduação: com ou sem Enem


Na escola particular Santo Tomás de Aquino, localizada no Bairro São Bento, em Belo Horizonte, quem vai fazer o Enem este ano está de olho na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo a coordenadora do terceiro ano da escola, Hilda Trindade, esse é o caminho da maioria dos alunos. Os que resolvem não fazer a prova não deixam de buscar o ensino superior, apenas optam pelas universidades e faculdades particulares, que não cobram o Enem em seus processos seletivos.


“A maioria aqui foca na UFMG, mas muitos também vão para o Ibmec, Milton Campos, PUC, Fumec, instituições privadas que têm mais foco no mercado e um ensino de reconhecida qualidade”, explica a coordenadora. É o caso de Mauro Fonseca e Luiza Lopes, alunos do terceiro ano. Eles foram aprovados no vestibular de julho do Ibmec e irão cursar Administração e Ralações Internacionais, respectivamente. 


Do outro lado


Na rede pública de ensino, a história já é outra. Por um lado, alguns alunos farão o Enem para ingressar nas instituições públicas ou privadas de ensino superior, como é o caso de Mariane Menezes, aluna do terceiro ano da Escola Estadual Djanira Rodrigues de Oliveira, que vai prestar vestibular para Engenharia Ambiental. No entanto, muitos não se candidatam à prova porque não almejam à graduação.


A escola estadual, localizada no Bairro Jardim dos Comerciários, região de Venda Nova, exemplifica bem essa realidade: “Apesar dos benefícios de ingresso no ensino superior, a maioria dos alunos daqui não querem correr atrás, não têm essa perspectiva de ingressar numa faculdade”, conta a vice-diretora Hailza Angélica de Lima. “Muitos optam pelo curso técnico pois têm urgência de entrar no mercado de trabalho. Eles almejam a autonomia financeira e há também aqueles que precisam ajudar em casa”.


Esse é o caso de Luiza Albertino Rabelo, aluna do terceiro ano, que começou este mês um curso técnico de Farmácia, com duração de dois anos. “O que vier para mim de oportunidade de trabalho nessa área eu vou querer”, fala. Ela pretende fazer uma graduação na área, após a conclusão do curso, mas alguns de seus colegas já descartaram a possibilidade de ir para a faculdade. “Eu não vou fazer o Enem porque eu não gosto muito de estudar. Então, eu vou fazer o curso técnico porque o curso técnico é mais fácil do que o Enem" , explica Pedro de Souza, aluno do terceiro ano.


Segundo Luiza, alguns de seus colegas de turma não pretendem buscar nem a formação profissional de nível superior e nem a de nível técnico. “A falta de interesse e perspectiva dos meninos é total”, afirma Hailza.

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