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GEORGES DUARTE, 27 JOVEM VETERANO 



Do traço mais realista ao cartoon, ele desenha uma profissão

 

Georges Duarte é de Belo Horizonte (MG), tem 27 anos e trabalha como ilustrador há sete. Mas a paixão pelo desenho começou com os primeiros rabiscos. Desde o jardim de infância, seus desenhos já se destacavam entre os dos coleguinhas.

 

Em 2005, ele decidiu se especializar em quadrinhos e fez um curso na área. A duração foi de apenas seis meses, mas um período importante na avaliação de Georges: "me ajudou a entender o mercado de quadrinhos e o que eu deveria fazer para me firmar nele".

 

A partir daí, ele resolveu transformar diversão em profissão, iniciando como ilustrador freelancer. Já fez trabalhos para o mercado exterior através de agenciamento, prestando serviço para editoras como Avatar Press e Dynamic Forces, e atualmente está se dedicando a um projeto pessoal, uma revista em quadrinhos, além dos trabalhos paralelos. As caricaturas, por exemplo, são descritas por ele como uma atividade de "descanso" das páginas da revista. Uma afirmação que poderia soar estranha, não fosse pelo apreço que o desenhista tem pelo que faz.

 

Pé na estrada dos quadrinhos - O lado bom de ser ilustrador? Fazer o que gosta, trabalhar em casa (sem encarar aquele trânsito), administrar os próprios horários e não ter patrão "policiando". Se estabilizando no mercado então, não falta trabalho. Pode-se escolher o serviço mais divertido, ou o que paga melhor. Quem sabe até aquele que une as duas coisas.

 

O problema ainda está no pequeno mercado brasileiro de quadrinhos. Georges comenta que "até o artista se dar bem, ele passa alguns anos lutando sozinho e sem uma direção pré-determinada". Por isso tem muito quadrinista "fugindo" para o mercado norte-americano, e nem é preciso mudar de país para isso, já que até as grandes editoras, como a Marvel e a DC comics, contratam à distância.

 

Apenas recentemente o cenário nacional de quadrinhos começou a melhorar, "com várias adaptações literárias e um projeto ou outro totalmente autoral vingando também". Nos sete anos de carreira, há um e meio Georges tem sua renda baseada no trabalho com quadrinhos. Veja alguns de seus trabalhos AQUI.

 

Mas ainda há outro problema apontado pelo ilustrador. Não existe uma faculdade ou cursos mais extensos de quadrinhos no Brasil, que realmente profissionalizem a atividade, deixando a cargo de cada pessoa o estudo da técnica e o treino para se tornar profissional.

 

FIQ - Georges Duarte frequenta o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) desde sua segunda edição, em 2001. "O FIQ inspira bastante. Você descobre artistas e trajetórias distintas, o que abre sua visão para novos caminhos", declara. Ele costuma participar do estande dos artistas, onde fica disponível para conversar e tirar dúvidas sobre a profissão, e também para desenhar.

 

Entre um estande e outro, editores e agenciadores avaliam o portfólio dos artistas para possível contratação. Foi assim que surgiram grandes oportunidades de trabalho para Georges: "assinei um contrato com a agência Impacto Quadrinhos que durou quatro anos e fiz meus primeiros trabalhos para o exterior. Houve também um trabalho em que fui pago no ato da avaliação, algo que me marcou".

 

HQ autoral - No FIQ 2013, Georges vai apresentar um projeto do qual é ilustrador e tem Armando Shavion Dias como roteirista. A revista em quadrinhos Syn Stories será avaliada por uma série de editoras para ser lançada comercialmente. "Algumas editoras nacionais já demonstraram interesse [em lançar a revista], mas vamos aproveitar o FIQ para apresentar pessoalmente a editores norte-americanos, já que o mercado de quadrinhos nos EUA é infinitamente maior", comenta o desenhista. Ele e Shavion estão preparados para fechar negócio: a revista já tem versão nos dois idiomas, português e inglês, e a segunda edição está quase pronta.

 

Apesar do trabalho com a revista ter um ano, a parceria entre o ilustrador e o roteirista é de longa data. A história da Syn Stories é baseada em um conto medieval que foi publicado há muito tempo no site de Shavion, o RPG Online, no qual Georges iniciou sua carreira como ilustrador.

 

FOTOS E DESENHOS
POR JÚLIA PELINSON
RAFA RALLO, 18 JOVEM APRENDIZ


Filho de poeta, irmão de dançarina, sobrinho de tatuador, Rafael sempre teve a arte como parte da família. E os desenhos como parte da rotina.
 
Já dizia Salvador Dali que "Desenhar é a integridade da arte. Não há possibilidade de trapacear. Ou é bom ou é ruim". Com cinco anos, Rafa já se aventurava a ser bom. Muito bom.
 
Muitos lápis foram apontados de lá pra cá e alguns cursos realizados. Os traços ganharam proporção, o computador passou a ser útil, e o Rafinha de cinco anos, hoje tem 17, e se prepara para entrar na faculdade. Mas apesar de já ter se imaginado como ilustrador da Marvel, ele ainda não se decidiu. Pode vir a ser arquiteto, quem sabe....

 

Rafa faz dos desenhos companheiros fiéis, e possui até uma página no facebook (AQUI), em parceria com um amigo, onde mesclam poses fotográficas e desenhos no quadro da escola, criando ilusões e histórias que já atraem mais de 500 fãs.

 

Em agosto desse ano, ele ilustrou um livro infantil de seu professor de literatura, Kaio Carmona.  E há uns dois anos, Rafa fez de seus desenhos decoração do bar e restaurante japonês Sakaná Sushi & Hand Rolls, em Belo Horizonte (MG).

 

Rafa tem grandes nomes como referência: Carl Barks – ilustrador do Pato Donald nos anos 40; McFarlane – ilustrador do Homem-Aranha nos anos 80 e 90; e mesmo o revolucionário Andy Warhol, e apesar da pouca idade e de alguns trabalhos, a modéstia lhe cai bem.
 
Avisa que nunca cobrou por nada, por ainda se considerar amador. E quando questionado sobre a participação no FIQ, conta que conhece e admira o festival, mas nunca pensou em fazer parte por achar que ainda lhe falta competência. Há os que duvidem.


FOTOS E DESENHOS

 

POR GABRIELA COSTA

LAERTE COUTINHO, 62 HOMENAGEADO 



O Angeli diz que o "Laerte é o melhor cartunista de sua geração, um gênio". Ao mesmo tempo, Laerte já afirmou que tem vergonha de quase tudo o que produziu em 40 anos de carreira. Dispensando demasiadas análises, Laerte é sem dúvida um dos cartunistas mais famosos do Brasil.

 

Laerte nunca terminou os cursos de Comunicações e Música que iniciou na ECA – SP. Concluiu o Curso Livre de Desenho da Fundação Armando Álvares Penteado em 1968. Em 1969 começou a cursar jornalismo na USP, mas também não chegou a concluir o curso. 

 

Em conjunto com Angeli e Glauco(e mais tarde Adão Iturrusgari) desenhou as tiras de Los Três Amigos.

 

Profissionalmente sua carreia tem como marco o personagem Leão, que criou para a revista Siliba em 1970.  No fim da década de 80 publicou tiras e histórias em quadrinhos nas revistas Chiclete com Banana (editada por Angeli), Geraldão(editada por Glauco) e Circo, todas da Circo Editorial, que mais tarde lançaria sua própria revista (Piratas do Tietê).

 

Em 1985 lançou seu primeiro livro, O Tamanho da Coisa, uma coletânea de suas charges. Em 1991 a Folha de São Paulo começou a publicar as tiras de Piratas do Tietê. Regularmente o artista lança álbuns com coletâneas de suas tiras, principalmente pela Devir Livraria e L&M Pocket.

 

Em 2009, Laerte foi convidado para participar do álbum MSP 50 em homenagem aos 50 anos de carreira de Maurício de Sousa, Laerte criou uma história protagonizada por Franjinha e seu cachorro Bidu. Esse ano, Laerte é o homenageado do FIQ.
 

FOTOS E DESENHOS
POR GABRIELA COSTA

ARTISTAS

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