Em seu 7º período de Direito, Meire continua construindo sua história de superação. As dificuldades na mobilidade ainda existem, mas ela sente que o pior já passou. Diante do carinho da família e das pessoas próximas, somado ao senso apurado de reciprocidade, ela sabe que é preciso oferecer algo de volta. Desde que entrou na faculdade, tem se dedicado não somente aos estudos, mas também para o desenvolvimento de trabalhos voltados à pessoas com deficiência em geral. Fez parte de um grupo de pesquisa em Direito Constitucional que culminou numa pesquisa científica relacionada às pessoas com deficiência e o voto. Com o resultado da pesquisa, chamou a atenção do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais para a questão da mobilidade das pessoas com deficiência nas zonas eleitorais e nos prédios da Justiça Eleitoral de Contagem, com o órgão implantando as mudanças práticas. Meire e a equipe de pesquisadores também estão produzindo uma cartilha sobre os direitos eleitorais específicos das pessoas com deficiência, com distribuição prevista para áudio e impressos.

 

Faz parte de um grupo de pesquisas constitucional na área do Direito Eleitoral para deficientes. Esse trabalho culminou numa pesquisa científica importante, que na prática foi implantada no TRE -Tribunal Regional Eleitoral – visando facilitar a mobilidade de deficientes em zonas eleitorais através de cartilhas e projetos políticos. Bem articulada, engajou-se em outras questões sociais por toda Contagem, sendo que hoje dá palestras sobre temas como inclusão social, acessibilidade e educação contínua para deficientes. “Não imaginava, mas gosto desse tipo de trabalho. Me sinto muito útil em lembrar a todos que nós, pessoas com deficiência, também existimos. Não somos invisíveis e nem queremos ser vistos como coitados. Estamos em uma sociedade em que se convive com os deficientes, mas não os recebe. Sinto então que minha função, por tudo que já experienciei, é a de informar as pessoas, ser uma voz que elas possam escutar e se sentirem movidas. Nossa sociedade precisa enxergar as pessoas com deficiência e entender que muitos deles são capazes de coisas incríveis, na medida de suas limitações”