
Vera França - Da fazenda para o mundo

A janela da sala do Grupo de Pesquisa em Imagem e Sociabilidade (GRIS), no terceiro andar da Fafich, serve de moldura para a mata desenhada bem atrás da Faculdade. Foi por lá que o olhar de Vera Regina Veiga França se perdeu enquanto buscava as palavras certas para responder questões talvez mais complexas do que as que costuma estudar.
Vera França fala com propriedade para alunos do Brasil e do Mundo sobre qualquer assunto relacionado aos estudos em comunicação. Mas, quando o tema é a vida pessoal, Vera parece querer escapar de si mesma. Não que tenha demonstrado descaso com o interesse sobre sua vida – pelo contrário, foi lady, como sempre – mas deixou a clara impressão de que se sente mais a vontade dando aulas.
O olhar para a mata atrás da Fafich, entretanto, pode ter outro significado: a busca de inspiração para falar sobre suas raíses, ainda arraigadas no campo. Vera nasceu em Nepomuceno, município da região do Campo das Vertentes, em 25 de novembro de 1951.
Filha de fazendeiros da região, Vera aprendeu a amar as coisas do campo desde os primeiros anos de vida. A diversão da infância, na companhia dos três irmãos, era visitar a fazenda dos avós e desfrutar do que há de melhor no interior.
Os laços com o ambiente rural se constituíram tão estreitos que até hoje Vera França acha um tempo na agende corrida de aulas, palestras e viagens para andar à cavalo e nadar em represas e lagoas. A propósito, tem um cavalo só dela – Bantu, um amigo fiel que recebe visitas sempre que possível para colocar o galope em dia.
Vera França se mudou para Belo Horizonte em 1968 para concluir os estudos em um colégio interno. Três anos mais tarde já era universitária e cursava Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas).
Vera França
- Professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG
- Coordenadora do GRIS/UFMG
- Pós-Doutora pela Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales
- Presidente da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS) no biênio 2001-2003
Os anos passaram rápido. Na capital mineira, Vera casou-se, teve as filhas Maria Célia e Marina e alcançou o reconhecimento profissional que nem imaginava. Mas o que faz parte da nossa essência a gente não perde. A fazenda que um dia foi da família de Vera – localizada entre os municípios de João Pinheiro e Paracatu - hoje é cuidada pelo marido e pela filha Maria Célia. Santuário que, além de ter muita soja e feijão, funciona como ponte aérea BH – Brasília para que Vera recarregue as energias.
Os planos não poderiam ser outros. Depois da aposentadoria, Vera planeja passar longos períodos por lá.
Essência do Campo
Cidade Grande